quarta-feira, 28 de setembro de 2011

MARAVILHOSO AMANHECER INSUPORTÁVEL

Vários mundos dentro de um só. Uma imensa gama de visões e vivências de um mesmo mundo faz surgirem e coexistirem, e até muitas vezes se entrelaçarem, incontáveis mundos. O mundo das maravilhas para as Alices, o sombrio e, para a maioria, incompreensível mundo de um garoto de 10 anos de idade que se mata e o catastrófico de uma mãe que perde seu filho.
Para alguns, a vida é motivo de alegria todas as manhãs quando se acorda. O canto dos pássaros, a luz do sol, o vento, tudo é motivo para rir e agradecer. Enquanto para outros, o despertar é insuportável. É acordar para a triste realidade, para a insuportável agonia chamada viver, a sufocante sina diária de carregar, mesmo sem força, o peso da (in)existência.
Diz o palhaço poeta que “esse mundo não vale o mundo”. Talvez não valha mesmo. Talvez o valor do mundo lá fora seja muito menor do que o do próprio mundo. Lá fora tem guerra, tem tiro, tem morte. Lá, naquele mundo superpopuloso, está cheio de gente pedindo socorro, pedindo comida, pedindo água, pedindo uma chance de viver. Pelo menos um dia na vida saber o verdadeiro significado desta palavra.
Quem sabe o que se passava na cabeça daquele menino que se matou? O que faz uma criança de 10 anos de vida atirar na professora e depois atirar contra a própria cabeça? Isso é o que todos se perguntam quando se deparam com uma situação dessas. Talvez estejam todos fazendo a pergunta certa de modo errado. O que não faz uma criança de 10 anos atentar contra a vida da professora e contra a própria?
Pode ser que esse menino e tantas outras pessoas que agem de forma tão incompreensiva não tivessem necessariamente algo que lhe fazendo mal. Pode ser que lhe faltava algo que fizesse bem. Faltou carinho, cuidado, atenção, dinheiro, educação, fé? Não sei dizer. Não tenho conhecimento para fazer tal afirmação.
O certo é que os conflitos tanto externos quanto internos sempre existirão.
E do mesmo modo como um país insurgir contra outro sem antes colocar na mesa suas opiniões, uma pessoa também se revolta. Cabe a cada um tentar ajudar e evitar essa insurreição, que muitas das vezes é catastrófica. Cabe a nós evitar a guerra.  Cabe a nós fazer um Mundo bom e ajudar a tornar todos os mundos ao nosso redor, no mínimo, fáceis de se viver. Talvez então o Mundo e os mundos tenham o mesmo valor.

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