segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O PÃO, O CIRCO E A CERCA

A polícia foi chamada para acompanhar o diretor do setor de tributação da prefeitura até à rua João Gonçalves da Costa. A rua havia sido fechada, pela segunda vez, como sinal de protesto pela situação calamitosa que a rua se encontra. A promessa era de que em 90 dias a rua seria asfaltada, mas o prazo venceu e nem sinal de pavimentação apareceu por lá. A promessa é de que quantas vezes a cerca for retirada ela será refeita.
A argumentação é de que os moradores estão infringindo a lei. Estão tirando o direito dos outros de ir e vir ao fecharem de tal forma a rua. Porém só se tira algo que já exista. Não tem como tirar das pessoas o que elas não têm. Na referida rua já não existe mais possibilidade de ir e vir. A não ser que a pessoa esteja disposta a sujar, e muito, seus pés, não tem como passar pela rua.
E quem foi que deixou a rua chegar nesse ponto? Será que foram os moradores que impediram a prefeitura de cuidar da rua, de asfaltá-la, de calçá-la ou foi a prefeitura que, por motivo que não sabemos, não pavimentou a rua? Quem infringiu a lei primeiro foi o governo. Quem tirou dos moradores o direito de ir e vir foram as administrações passadas e atual.
Nas duas vezes que a rua foi fechada a prefeitura respondeu prontamente, como se quisesse mostrar autoridade, mostrar que na cidade há regras, que há hierarquia. Pena que esta prontidão não foi vista para consertar a rua também. Não só a rua, pois como bem frisaram os moradores, o protesto, apesar de ser localizado, é para chamar a atenção para a situação de todos os 4 bairros da região.
Quando era para prometer, o prefeito foi lá pessoalmente. Quando foi para desmanchar, foram representantes. Nem satisfação tiveram. O estrago na rua não é culpa da atual administração, é problema antigo. Mas quem prometeu foi o prefeito atual. Aqui no Brasil as promessas deveriam ser registradas em cartório com cláusulas de não cumprimento. Pagar multa quando as promessas não forem cumpridas, quando os asfaltos ruírem e quando o pão chegar no circo.

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