domingo, 19 de fevereiro de 2012

FICHA LIMPA, MÍDIA NEM TANTO

A primeira lei de origem popular foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal para que tenha efeito já nas eleições municipais deste ano. A lei da ficha limpa promete começar uma grande faxina na política brasileira. De imediato já não permite que os políticos condenados por um colegiado, mesmo que ainda haja possibilidade de recurso, e os que renunciaram ao mandato para não serem cassados se candidatem. Neste grupo também estão os que tiveram as contas rejeitadas.
Além de impedir que os condenados entrem, ou melhor, mantenham-se na política, afundem cada vez mais suas raízes nas casas parlamentares, a lei faz com que quem está lá e não cometeu nenhum ato ilícito ainda pense duas, três, dez vezes antes de cometê-lo. As pessoas já não verão mais a política como um meio fácil de ganhar dinheiro e uma terra sem lei.
“Todo poder emana do povo”, é o que diz a nossa constituição. O STF fez valer essa máxima. Uma lei baseada na assinatura de mais de um milhão de pessoas e na vontade de outros milhões que não assinaram não poderia mesmo ser barrada pela justiça. E tinha sim que valer o mais rápido possível, como foi feito.
Pena que a grande mídia não deu tanta atenção para essa grande vitória do povo. Havia outras coisas que julgavam serem mais importantes. Às vésperas do carnaval, o foco não podia ser desviado dos preparativos, das fantasias (ou falta delas), do barulho, dos camarotes, das bebidas, da alienação.
E tirar completamente o foco da decisão tomada pelos ministros do STF, por 4 dias os jornais e sites só falavam do julgamento do tal Lindenberg. Os jornalistas não saiam da frente do fórum de Santo André. Parece que no Brasil não estava acontecendo mais nada. Não que o julgamento não merecesse atenção, até porque nesses casos o povo espera uma resposta da justiça. Espera que realmente seja feito justiça.
O povo precisa sim de diversão, carnaval, futebol, música e afins. Mas precisa mais ainda de informação. E informação de qualidade e verdadeira, não informações tendenciosas. O povo precisa sim de diversão, mas não podem usar essa diversão para aliená-lo. A TV mostra apenas o que ela quer, o que lhe interessa que seja mostrado. O carnaval, o julgamento, o reality show e se sobrar um tempinho, a fica limpa. E aí fica-se sempre na dúvida: de que lado eles estão?

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